Logo após a divulgação dos primeiros resultados do segundo turno das eleições legislativas na França na noite deste domingo (07/07), o primeiro-ministro Gabriel Attal anunciou que vai apresentar sua renúncia na segunda-feira (08/07). Mas o chefe do governo ressaltou que nenhum bloco político conseguiu a maioria absoluta e disse que continuará no cargo “enquanto o dever assim exigir”.

“Esta noite, o partido político que representei nesta campanha (…) não tem maioria. Portanto, de acordo com a tradição republicana e de acordo com meus princípios, amanhã de manhã entregarei minha renúncia ao presidente da República”, declarou Attal, visivelmente emocionado. No entanto, como a França “se prepara para receber o mundo em algumas semanas” para as Olimpíadas, “obviamente assumirei minhas funções pelo tempo que o dever exigir”, completou.

“Essa noite uma nova era começa. A partir de amanhã, o poder estará nas mãos da Assembleia e da vontade da população”, disse ainda o premiê, antes de frisar que “ser primeiro-ministro é uma honra” em sua vida.

O chefe do governo também comentou a decisão do presidente Emmanuel Macron de dissolver a Assembleia Nacional e convocar legislativas após extrema direita vencer eleições europeias em 9 de junho. “Eu não escolhi essa dissolução, mas escolhi lutar”, disse o premiê.

Coalizão do governo ficou em segundo lugar

A coalizão de centro-direita apoiada por Macron e por Attal ficou em segundo lugar nas eleições legislativas, de acordo com os resultados apresentados na noite de domingo. Desde o início da campanha, os opositores do chefe de Estado afirmam que, em caso de derrota do partido do governo, o primeiro-ministro deve ser substituído.

Os líderes da esquerda, que ficou em primeiro lugar no pleito graças a aliança Nova Frente Popular (NFP) formada para bloquear a extrema direita, dizem estar prontos para dirigir o governo. No entanto, nenhum nome foi anunciado oficialmente.

No entanto, Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, que nunca escondeu sua vontade se tornar premiê desde que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial de 2022, disse que a esquerda está pronta dirigir o governo.

“O primeiro-ministro (Gabriel Attal) precisa sair. O presidente tem o poder e ele tem o dever de chamar a NFP para governar. Nós estamos prontos, respeitaremos os mandatos que foram dados pelos eleitores, e com isso aplicaremos o nosso programa. (…) Não vamos aceitar outros subterfúgios, desvios ou arranjos. A derrota do presidente e da sua coalizão está clara”, declarou Mélenchon.